sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011: UM PEDAÇO DO FUTURO

Esse tal 2011 foi, até hoje, o ano mais importante da minha vida.
Começou cheio de expectativas. Eram promessas de vida nova, diferente de tudo que já havia vivido.
E foi isso mesmo!
Agora, quase chegando em 2012, não tenho dúvidas da intensidade que foi viver 2011. Vi neve pela primeira vez, curti minha casa, viajei pela primeira vez para a Europa, morei um mês noutro país, viajei sem planejamento pra Irlanda, conheci Veneza e Londres, diverti-me ao máximo e percebi meu próprio amadurecimento.

New York: neve no Central Park, fevereiro de 2011.

Em casa: Fabíola, Samuel e Eu em noite de champa, março de 2011.

Lisboa:  setembro de 2011. 

Roma: Samukinha e Eu na Piazza Spagna, outubro de 2011. 

Dublin, Irlanda: Cláudio, Lia, Alessandra e Eu, penúltimo fim de
semana de outubro de 2011.

Veneza: Karla e Eu, último fim de semana de outubro de 2011.

Londres: Novembro de 2011.

Depois de tudo o que foi vivido neste ano, só me resta regozijar nas memórias companheiras pelo resto da vida, levar sempre os ensinamentos apreendidos e fazer o possível para 2012 ser tão bom quanto este ano que passou, mas, como brilhantemente expôs a vinheta da Globo News, não será jamais parte de um passado, mas sim um pedaço do futuro... o futuro do resto da minha vida.
2011 foi, com certeza, o primeiro ano do resto da minha vida...


Como diz a tradicional música de fim de ano, "o futuro já começou". Aproveitemos, porque a chance é única.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

SORVETE É VIDA!

Quem gosta de sorvete, levanta a mão faz favor! Seria mais fácil perguntar quem NÃO gosta de sorvete, não é mesmo?
Segundo a Wikipedia, o sorvete tem sua mais antiga referência em uma história sobre o imperador Nero, na Roma Antiga, que mandou buscar neve nas montanhas e misturá-la com frutas.
Será por isso que o Gelato (sorvete, em italiano) é tão popular em Roma?

Sorvetes da Gelateria della Palma

Eu sempre soube que o sorvete na Itália é mega popular e comprovei isso pessoalmente. Há milhares de gelaterias (sorveterias) espalhadas por Roma. Quase uma em cada quadra!
Os sabores são dos mais variados: dos tradicionais, como ananas, fragola, limone, frutti di bosco, crema, melone, nocciola, cioccolato e lampone (abacaxi, morango, limão, frutas vermelhas, creme, melão, avelã, chocolate e framboesa), aos mais originais, como profiteroles, tiramisu, champagne, ferrero gianduia.
Bem próximo da minha residência romana, havia uma gelateria, a Gel'Istria,cujo nome homenageia a Piazza Istria, na Via Santa Costanza, onde fica localizada. Não era grande, nem tinha tanta variedade de sorvetes quanto outros estabelecimentos do gênero, mas era bastante digna. Preço bom e produto saboroso. 

Gel'Istria (imagem obtida pelo GoogleMaps) 

Vitrine de sorvetes da Gel'Istria

Vitrine de sorvetes da Gel'Istria

Na minha primeira semana em Roma, a última do mês de setembro deste ano, parei umas três vezes no lugar para pedir um cone piccolo, no intuito de aplacar o terrível calor que fazia. Foi lá que descobri o sabor que se tornou o meu preferido na Itália, o nocciola (avelã).
Claro que eu já conhecia o sabor da avelã, por sinal, minha castanha preferida desde quando, ainda muito criança, com uns 9 ou 10 anos, experimentei meu primeiro bombom de chocolate com avelã.
Era fim de ano e uma amiga da minha irmã ofereceu umas latas desses bombons finos para minha mãe comprar. Tais bombons eram importados, isso eu lembro. Mas não me perguntem de onde.
Era uma lata retangular vermelha com uma foto dos bombons pintada  na tampa, com detalhes na cor dourada. Ao abrir a lata contemplavam-se os bombons, arrumadinhos um ao lado do outro, acomodados em caixetas de papel branco. Os bombons eram redondinhos, pois eram as avelãs inteiras, cobertas com generoso banho de um chocolate muito saboroso... essa é lembrança pormenorizada de uma criança gordinha e gulosa que se tornou um homem adulto, acreditando, piamente, ser com avelãs a melhor combinação do chocolate. Não é à toa que escolho todos os anos Ovos de Páscoa de chocolate com avelã. 
Mas voltando aos sorvetes de Roma...
Foi naquela pequena sorveteria da Piazza Istria que decidi experimentar muitos sorvetes de nocciola, no maior número possível de sorveterias de Roma. Claro que minha consciência de ex-gordo não me permitia fazer desta missão um hábito diário, por isso, dentre uma sorveteria desconhecida e outra, procurei as indicadas como melhores da cidade. Foi um mês saboroso, digamos assim.
Obtive a indicação de três sorveterias: Il Gelato di San Crispino (Via della Panetteria, 42 - bem próximo da Fontana di Tevi), Palazzo del Freddo (Via Principe Eugenio, 65 - foi locação em uma cena do filme Comer, Rezar e Amar) e a Gelateria della Palma (Via della Maddalena, 19 - super vizinha do Pantheon).

Gelato di San Crispino (Fonte: Google.com)

Palazzo del Freddo (Fonte: Google.com)

Gelateria della Palma (Fonte: Google.com)

Fui nas três, claro. E sim, seus sorvetes são ótimos! Mas o melhor de todos, sem dúvida, é o sorvete da Della Palma! Além da variedade imensa de sabores (o que as outras duas também possuem, serei justo), a consistência e o sabor são divinos e bastante superiores.

Vitrine de sorvetes da Gelateria della Palma

Vitrine de sorvetes da Gelateria della Palma

Vitrine de sorvetes da Gelateria della Palma

Tive cautela de pedir, em todas as sorveterias, sempre o mesmo sabor: nocciola. Por isso não posso dizer qual é o melhor sorvete de chocolate, ou o melhor de morango. A minha opinião está baseada em um sabor que eu adoro e também na minha experiência de vida como tomador de sorvete, afinal, vindo de Belém do Pará, terrinha quente que é, posso me considerar um experiente tomador de sorvete.
Aliás, cabe aqui uma ponderação: "qual o melhor sorvete, o da Della Palma, ou o paraense da Cairu?"
Questão difícil essa! Mas tentarei ser o mais imparcial possível. 
O sorvete italiano da Gelateria della Palma, em Roma, tem uma melhor consistência, textura e cremosidade que o sorvete paraense da Cairu.
Mas eu considero os sabores de frutas amazônicas da Cairu bem mais saborosos que os sabores internacionalizados da Della Palma.
Não posso negar, a familiaridade dos sabores da minha origem falam mais alto e possuem um apelo mais forte no meu paladar. E sim! Eu prefiro mil vezes o sorvete de Açaí ao de Nocciola.

Sorvete de Açaí (Fonte: Google.com)

Mea culpa.

domingo, 27 de novembro de 2011

LET IT BE...

Despedi-me da Itália depois de 37 dias, rumo à Londres, na terra da rainha! 
Apesar do mundo ainda ter vários países em que o regime de governo é a monarquia, não posso deixar de consignar que a monarquia inglesa é, sem dúvida, a mais popular. Seja pela relevância que o país exerce no panorama mundial desde muitos séculos atrás, seja pelo glamour que sempre fizeram questão de manter, seja pela linda princesa que, após escandalosa história de amor e depressão, sucumbiu diante das perseguições dos paparazzi, seja pela inteligência de seus representantes que, ainda hoje, num mundo capitalista, grande parte democrático e republicano, com a informação disseminada como areia ao vento, tem inteligência para manter um poder fundado na sorte. Sim, porque nos dias de hoje o rei soberano não precisa ter vencido uma guerra e ter subjugado os derrotados... basta ter nascido na família certa e torcer para que seu pai não abdique do trono, ou torcer para que seu tio o faça.
Whatever, o que interessa é que eu fui a Londres!
No planejamento inicial dessa viagem pela Europa não constava a passagem pela ilha britânica, mas pela cidade espanhola Barcelona, onde estava morando minha amada amiga Bruna. Mas o destino não me quis em Barcelona... ele me queria em Londres, e por isso minha amiga decidiu, ainda em julho, que se mudaria para London City! Adorei a mudança de planos.
A cada dia que passa, a cada reflexão que faço sobre as coisas que aconteceram e acontecem na minha vida, tenho mais certeza que o destino é mesmo um pândego!
Assim, com um leve aperto no peito, embarquei no voo que me levou de Milão à Londres.
Sensação de missão cumprida. Fui à Itália, me virei em Roma, superei as dificuldades iniciais, passeei pela cidade, chorei na Capela Sistina, conheci pessoas incríveis, aprendi a fazer bruschetta al pomodoro, bebi muito vinho, aluguei um carro, conheci a Toscana, encantei-me com o Davi em Florença, fiquei estupefacto com Veneza e lamentei o pouco tempo em Milão... enfim, vivi. E aprendi a viver, intensamente, cada minuto deste trajeto. Era hora de celebrar tanta experiência e autoconhecimento.
Estava eu, então, na tão falada Londres... Quem me conhece sabe o quanto sou apaixonado por Nova York,  por isso sempre me encostaram na parede: "quando conheceres Londres, Nova York já era". Sinto informar, mas Nova York continua sendo minha preferida, contudo, coladinha no pódio, num verdadeiro empate técnico, chegou Londres.
Londres é uma cidade fabulosa, tanto quanto Nova York, respeitando opiniões contrárias, claro. A grande diferença entre elas, na minha opinião é a tradição, muito mais conservadora e presente na primeira delas... Acho que paira em Londres um clima old fashion também pelo fato de ainda ser uma nação monarquista, onde se conserva um apego ao antigo.
Tanto é assim que os mais marcantes símbolos de Londres possuem características antigas: as cabines telefônicas vermelhas (lindas), os ônibus de dois andares vermelhos (um charme) e os táxis pretos (que hoje em dia já possuem variações coloridas).

Cabines Telefônicas - espalhadas por toda a cidade.

O ônibus vermelho de dois andares já foi modernizado,
mas continua um charme

Os táxis já não são todos pretos, mas são todos do mesmo modelo.

Londres é, sim, apaixonante e confesso, me inspirou a fotografá-la muito mais que Roma. A luz do Sol outonal chocando-se às paredes dos prédios, às folhas avermelhadas das árvores dos parques, é de uma beleza excepcional e apaixonante. Não pude deixar de permanecer por horas no Regent Park fotografando de todas as formas e em todas as posições possíveis, o que me custou um certo óculos escuro branco, que foi perdido em meio às lindas folhas secas caídas sobre o gramado. A oportunidade saiu barata.


Tenho certeza que foi tirando essa foto que perdi meus óculos brancos.


A Bruna, minha amiga, motivo de ter ido à Londres, foi um amor e me acompanhou a diversos lugares. Mostrou-me os mais divertidos e pitorescos pontos de Londres, sugerindo, ainda, aqueles onde não pode ir comigo. 
Foi assim que, com ela, conheci Camden Town onde há uma feira e-nor-me, super descolada e interessante. Lá encontrei a ideia exata que tinha para fazer meu auto retrato do curso de fotografia feito este ano. 


A ideia era essa: uma vitrine de cabeças de manequim de loja, com perucas e óculos e em meio a elas eu colocaria a minha própria cabeça. Como não encontrei em Belém uma loja assim, tive que mudar meus planos e fazer meu auto-retrato de outra forma. Se eu vivesse em Londres, meus anseios teriam sido plenamente satisfeitos.
E nos momentos em que a Bruna não podia me acompanhar, eu fazia meu turismo sozinho. Foi delicioso descobrir Londres, buscar seus pontos turísticos, entender a distribuição geográfica da cidade. E fotografar, claro!

Palácio de Buckingham

London Eye

Big Ben, sob minha própria perspectiva.
 
Picadilly Circus
  
Minha versão para um famoso quadro
de Londres que, por sinal, tenho em casa.

Auto-retrato londrino

Foi num dos últimos passeios na adorável companhia da Bruna que ela me apresentou a uma das mais românticas práticas londrinas. Na Millenium Bridge, de uso exclusivo dos pedestres, ligando o Tate Modern  ao outro lado do rio Tâmisa, os casais apaixonados prendem cadeados na ponte, simbolizando o compromisso com seus relacionamentos... quando voltar a Londres acompanhado, prenderei meu cadeado lá. 


Foi também em Londres que eu tive um dos momentos mais emocionantes da minha viagem. Retornava da casa do Sherlock Holmes, quando me deparei com um Escritório dos Achados e Perdidos nos Transportes de Londres.

Localizado no número 200 da Baker Street, Londres.
Na vitrine havia uma placa informando que os produtos não estavam à venda. Em cada produto havia uma etiqueta informando a data e local que o objeto foi encontrado. E ali, em meio a telefones celulares da década de 90, toca-fitas, cd players, havia uma máquina fotográfica daquelas descartáveis. Sabem aquelas que você compra, fotografa, revela e pronto? Pois é... era dessas.

A máquina está na primeira prateleira do lado esquerdo.
É um pequeno objeto azul.
Fiquei pensando o que aquela máquina fotográfica guardava dentro de si... qual momento visto pelo seu dono ficou permanentemente marcado em seu filme? Quais memórias ela ficou incumbida de registrar? De quem eram aquelas memórias?
Então pensei em mim e tudo que vivera até ali... da infância, natais, universidade, viagens, experiências, tudo. Minha vida está toda registrada em fotografias, por mim e por outros... Fiquei pensando o quanto ficaria triste se tivesse sido eu a perder minha máquina fotográfica. Não me doeu nem um pouco ter perdido um óculos escuros, especialmente porque aconteceu num momento ímpar, no momento em que eu eternizava uma forma minha de ver o mundo. Mas se eu perdesse minha máquina ficaria arrasado.
O sentimento que me ocorreu foi que, perdendo minha máquina fotográfica, estaria perdendo todas as minhas memórias nela registradas... Mas então veio um pensamento: "Não! Perder a máquina fotográfica significa perder o registro visual. As memórias valiosas, essas eu não perderei jamais, porque estão em mim, na minha lembrança, e comigo levarei para sempre".
Mesmo perdendo todas as fotos da minha vida, ainda assim, cada momento relevante está dentro de mim, faz parte de mim e comigo me acompanhará até minha morte. 
E, certamente, toda a experiência desses cinquenta dias de 2011 vividos na Europa estará sempre comigo e nunca será esquecida.
À minha amiga Bruna, que me fez ir à Londres, devo agradecer, por ser inspiração, motivação e por fazer parte dessas memórias, fechando esse ciclo comigo! Muitas vezes não imaginamos o quanto podemos influenciar ou inspirar outras pessoas. Hoje eu (re)conheço essa lição e me vejo "Bruna" na vida de outras pessoas.
Obrigado gata!


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PADOVA E MILANO, L'ISTORIA ITALIANA È STATA FINITA

Ainda extasiados com a beleza incomum de Veneza, Karla e eu ainda precisávamos visitar duas cidades italianas, antes de encerrar a lista que nos propusemos quando ainda estávamos no Brasil.
A primeira era Padova, cidade italiana de Santo Antonio de Pádua (Padova, em português, é Pádua). Minha amiga precisava agradecer uma graça alcançada, na Basílica de Santo Antonio, onde sua mãe, há sete anos, fez o pedido. O nome dessa graça se chama José Antônio, seu filho que hoje tem seis aninhos e que por alguns anos esperou ter, mas, por ordem do pândego destino, não chegava. Mas Santo Antonio, diligente, não tardou a interceder. No ano seguinte ao pedido feito, José Antônio nasceu.
Fizemos um passeio de uma tarde. Fomos de trem de Veneza para Pádua, numa viagem que durou pouco mais de meia hora. Pádua fica a cerca de 50 km de Veneza... vicinissimi!
Chegando em Pádua, a primeira parada, e principal, foi a Basílica de Santo Antonio, onde, inclusive, está sepultado. Apesar de muitos turistas, percebi nesse templo católico uma energia que existe em poucos outros da Itália. A maioria das igrejas, especialmente em Roma, perdem muito o sentido de local de oração e incorporam verdadeiro status de museus ou obras de arte. O fluxo de turistas na Basílica de Santo Antonio é intenso, mas se percebe que as visitas tem cunho religioso, de prece, agradecimento ou devoção. 




Na praça onde se localiza a Basílica há uma estátua equestre, obra de Donatello, chamada Gattemelata, produzida entre 1443 e 1450... ou seja, antes mesmo do Brasil entrar no mapa! 
Segundo o que pesquisei, essa estátua serviu de modelo para todas as estátuas equestres do mundo até o século XIX.



Após a visita à Basílica, embarcamos num SightSeening, aqueles ônibus de dois andares que passam pelos principais pontos turísticos da cidade. "Pádua é uma fofa!" 

No dia seguinte, saindo de Veneza, rumamos para Milão. Foi um início de viagem tumultuado, porque o trem, a princípio, deveria partir da estação Santa Luzia, no centro de Veneza, mas por um motivo que não conseguimos ter certeza sobre qual seria, o trem sairia da estação Venezia Mestre, na parte continental da cidade. 
Signica que tivemos que correr feito loucos pela estação Santa Luzia, com várias malas pesadas, em busca de um trem regional que nos levasse até a estação adequada. 
Ocorre que tal trem já estava de partida, obrigando-me a quase segurá-lo "no braço". Enquanto arremessávamos as malas para dentro do trem, impedia com os braços, pernas e pés, o fechamento da porta que tentava, sistematicamente, se trancar para que o veículo pudesse partir.
Felizmente, conseguimos chegar ao destino e embarcar no trem para Milano.
Gostamos "de cara" de Milão e chego à conclusão que tenho atração por cidades cinzentas. 
Milão é uma cidade grande, com um metrô extenso e bem organizado. Muito melhor e mais bonito que os metrôs de Roma ou New York.
Como eu já iria para Londres no dia seguinte, não restava muito tempo para conhecer a cidade, detendo-me ao Duomo e à Galleria Vittorio Emanuele II.
O Duomo de Milão é de deixar qualquer um de queixo caído. Aliás, meu queixo caiu tanto durante essa viagem que, acredito, precisarei de intervenção médica para pô-lo no lugar.

  
O tempo era curto, mas não podia deixar de visitar a cúpula da catedral, de onde se pode apreciar a riqueza de detalhes da arquitetura gótica empregada em sua construção.



Ao lado da catedral, de frente para a Piazza Duomo, está localizada a Galleria Vittorio Emanuele II. A galeria, com várias lojas de garbo e elegância, homenageia o primeiro rei da Itália unificada, Vittorio Emanuele II,  e foi construída entre 1865 e 1877. Um belo trabalho de arquitetura, comércio e moda. 




Infelizmente, o tempo que passei em Milão foi muito pouco. Tenho certeza absoluta do meu retorno à cidade para explorá-la melhor e com mais calma.
Aliás, despedi-me da Itália com a certeza de meu retorno. Apesar da minha relação com Roma não ser das mais pacíficas, não posso negar o quanto esse país de formato de bota é encantador e instiga a curiosidade de explorá-lo, desbravá-lo.
Ainda há muito o que conhecer e mostrar da Itália. 
Desejo uma ida à Sicilia, à Gênova, à Verona, à Pisa e ao que mais vier.
Desejo um retorno à Toscana, conhecendo novas cidades e novos caminhos, numa estação florida em que eu possa apreciar os famosos campos de girassóis. 
Desejo um retorno à Veneza, meu ápice de encantamento. 
Desejo um retorno à Milão, para reparar a terrível injustiça de ter passado míseras 24 horas.
E sim, desejo meu retorno à Roma, não por amor, nem por ódio, mas pelo grande respeito que tenho por esta cidade berço da cultura ocidental em que hoje vivo. Ainda há muito que conhecer desse colosso que é Roma e seus colossais monumentos.
Ci vediamo Italia!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ASSIM É VENEZA

O que você já ouviu falar sobre Veneza?

Vista do Grande Canal, a "avenida" principal de Veneza.

Como você pode ler mais detalhadamente aqui, Veneza fica no nordeste da Itália, cerca de 550 km de Roma e 300 km de Milão. Além disso, o que mais?
Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre o Carnaval de Veneza, o carnaval mais importante do mundo, até surgir o Brasil com seu carnaval. Ainda assim, não se pode negar o glamour que paira em torno da festa desta cidade. Eu, por exemplo, ainda quero dar uma espiadinha nessa festa pelas bandas de lá!

Algumas poucas máscaras venezianas. É bom ressaltar que essas
nem são as mais bonitas que vi por aquelas terras.

Mas, ao ouvir falar de Veneza, seu carnaval, provavelmente, não será o primeiro pensamento. Eu apostaria nos suspiros apaixonados que surgirão como uma orquestra de instrumentos de sopro, externando o imaginário romântico que a cidade desperta na grande maioria das pessoas. Lembro-me perfeitamente que, eu mesmo, sonhava quando criança em passar minha lua-de-mel em Veneza ou Paris, em igualdade de sonho e preferência.
Hoje em dia, pelo que pesquisei, a preferência de luas-de-mel são cidades litorâneas. Ainda assim, Veneza instiga o imaginário dos românticos.
Deixando o sonho romântico um pouco de lado, sabemos que esse local não possui ruas e, logicamente, não possui carros. Sabe-se que a cidade é repleta de canais e o principal meio de transporte é o veículo aquático, sejam lanchas, vaporetos (uma espécie de barco que serve ao propósito dos ônibus que conhecemos), ou gôndolas... ah, as gôndolas (lá vem o romantismo à tona, novamente!).

"Estacionamento" de gôndolas, próximo à Praça de São Marcos.

Mas como é possível uma cidade ser inteiramente desenvolvida e urbanizada em minúsculas ilhas? Na minha compreensão, seria até pouquíssimo prático construir casas, construir uma cidade, em um relevo tão acidentado. 
Pesquisando a wikipedia encontrei a informação de que a cidade se desenvolveu dessa forma como meio de defesa das invasões bárbaras que o Império Romano sofreu ao fim da Antiguidade, o que marca, inclusive, o início de nova época histórica, a Idade Média.
Mas o desenvolvimento comercial de Veneza ocorreu mesmo nos idos da Idade Moderna, quando o contato comercial das cidades da Europa se intensificou.
Veneza também é conhecida pela quantidade absurda de turistas que congestionam as ruelas em que se pode transitar a pé, as praças e as pontes (a Ponte do Rialto, uma das principais, parece a Ladeira do Porto Geral, em São Paulo. Sentiu o drama?). 
Se já não bastasse ter que puxar as malas pelas ruas de Veneza, subindo e descendo os degraus das pontes (já deveriam ter adaptado rampas naquelas pontes!), ainda enfrentar o congestionamento de turistas é um severo teste de paciência e resistência física.
Entretanto, ainda, com os contratempos, Veneza é fabulosa e, por mim, merece retorno!
E ainda que tenhamos à disposição inúmeras informações sobre Veneza é impossível (eu disse impossível) que o interlocutor tenha a real compreensão do que é aquela cidade! É algo extraordinário, diferente de qualquer cidade que já se possa ter visto ou visitado nesse mundo.
A sensação, ao estar em Veneza, é de ser transportado para uma realidade alternativa, num mundo que nunca antes pudera ter sido imaginado.
Mesmo que eu tentasse descrever a cidade em seus mínimos detalhes (o que seria inútil), eu certamente seria injusto com a grandiosidade do local.
Veneza, de fato, não merece ser narrada. Merece ser vista. Por isso, enquanto não for possível visitá-la,  fique com as fotos, o que ainda assim, é bem menos que a realidade.

Praça São Marcos, o principal ponto turístico de Veneza.

Basílica de São Marcos. Simplesmente deslumbrante.

Detalhes da Basílica de São Marcos


Basílica de São Marcos

Basílica de São Marcos


Basílica de São Marcos

Mosaico da entrada principal da Basílica de São Marcos

Ainda no todo compreendido como a Praça de São Marcos, ao lado
da Basílica, fica o Palácio dos Doges, uma construção lindíssima.


Palácio dos Doges

Colunas do Palácio dos Doges

Biblioteca Nacional Marciana, na Praça de São Marcos.

Praça de São Marcos

Colonna de San Marcos

Ilha de San Giorgio Marggiore (vista da Praça de São Marcos)

Os canais de Veneza são, certamente, o charme central da cidade.
Esse é o Grande Canal (a "avenida principal"),
visto da Ponte do Rialto

Grande Canal, Ponte do Rialto

Grande Canal, Ponte do Rialto

O charme tem residência permanente dos estreitos canais, por onde
passeiam as gôndolas e seus gondoleiros.

Os pontos dos gondoleiros encontram-se espalhados
pela cidade, como pontos de táxis.

O passeio de gôndola tem preço variado, dependendo do ponto
onde são apanhadas.

O roteiro do passeio de gôndola varia de acordo com o ponto onde
são apanhadas, mas passam, em geral pelos principais pontos
e palácios históricos. 

Pelo que me informei, dependendo do ponto, a gôndola tem preço
fechado para até 6 pessoas (€80-€120), ou individual em
gôndolas "coletivas" (€20).





Peço perdão pela minha incapacidade de escrever mais sobre Veneza. Mas tenho uma filosofia: se é pra ser injusto, melhor ficar calado. Podendo, conheça, e você há de concordar comigo.