quarta-feira, 21 de setembro de 2011

EM LISBOA EVITE O PÉ DE GESSO

Cheguei em Lisboa há 5 dias e ainda não havia tido tempo para parar e, enfim, escrever.
A cidade é maravilhosa, superando minhas expectativas de forma desconcertante. Nunca imaginei que Lisboa fosse tão histórica, cosmopolita, tradicional e moderna, tudo ao mesmo tempo. Agora, envergonho-me por admitir que tinha uma ideia preconceituosa e limitada de nossa cidade mãe. Mãe sim, pois trata-se de nossas origens. Consigo ver em Portugal e Lisboa todas as minhas origens.
Sempre que conhecia pessoas de origem italiana, alemã e mesmo portuguesa (falando no sentido direto, com pais ou avós portugueses), gostaria de poder, também falar qual seria minha origem, mas como os meus mais antigos ancestrais dos quais tenho conhecimento, já eram nascidos no Brasil, bastava-me (com orgulhoso, é verdade) saber que vinha do norte, dos índios, da verdadeira e pura origem do meu Brasil.
Mas hoje não tenho dúvidas. Apesar de não saber por quais caminhos, tenho a consciência e a certeza de minhas origens portuguesas.
Todo brasileiro, e especialmente paraense, belenense, é um pouco português!


É desconcertante andar pelas ruas do Bairro Alto e perceber familiaridade em tudo aquilo. Entrar nas pastelarias e comer doces que poderiam ter sido feitos nas cozinhas da minha família, percebendo que determinadas receitas comuns nas festas da casa onde nasci devem ser versões de tantos doces portugueses.
A identificação é muito grande e me sinto acolhido na cidade. Os amigos portugueses do meu amigo brasileiro que “a cá veio morar” (para usar uma construção típica), me acolhem como se vissem em mim um primo distante, mas que ainda assim, é da família.
Estar em Lisboa, interagindo com as pessoas daqui, está sendo uma deliciosa experiência, regada a Pastéis de Chaves, Pães de Deus, Pastéis de Belém, Pastéis de Cerveja, Ginginha, azeites, queijos e vinhos, sempre o bom amigo vinho. Come-se e bebe-se muito bem em Lisboa!

Os tradicionais Pastéis de Belém e um Pastel de Cerveja

Esta oportunidade de interagir com os hábitos locais, frequentando bares e restaurantes que os próprios residentes de Lisboa frequentam, enche-me de alegria e satisfação.
Quem tiver oportunidade, venha a Lisboa e entregue-se aos encantos das ladeiras e casarões antigos, caminhe, aprecie o passar da tarde com a forte brisa que sopra à sombra. Vá ao Miradouro São Pedro de Alcântara e contemple a paisagem degustando uma bica (café expresso), tome umas boas taças de vinho tinto na Esplanada do Príncipe Real, preferencialmente numa noite fria de domingo, ouça a Rádio Comercial e faça como os Lisboetas: entregue-se aos prazeres da vida e da cidade, simples ou não, sempre plenos.

Miradouro São Pedro de Alcântara

Mas lembre-se, traga na mala meias escuras, sapatos ou tênis, igualmente, escuros, e calças jeans, escuras. No primeiro dia, prontamente vesti minha bermuda, meu tênis e minha meia branca.
Ao ver, depois de uma boa gargalhada imaginando-me circular por Lisboa assim, meu amigo me advertiu: meia branca em Lisboa é considerado muito brega e só os turistas usam.
Os portugueses odeiam meias brancas especialmente se usando bermudas e tênis brancos. Para esta composição não tem outro nome a dar, senão pé de gesso.

Com meu amigo luso-brasileiro, no 15º Festival de Cinema

Em Lisboa, como os lisboetas. Fica a dica.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

AmynTUR

Quem me conhece um pouco melhor sabe o quanto eu amo viajar, no sentido literal e não no metafórico, ok?
Segundo o dicionário on line Priberam, viajar significa fazer viagens, percorrer em viagem. E viagem, por sua vez, é o ato de transportar-se de um ponto a outro distante. É isso que tem .
Mas viagem, para mim, não é só isso... Viajar tem um significado muito mais profundo e libertador.
Minha primeira viagem, daquelas pra valer, de ultrapassar os limites de um estado, foi em grande estilo. Comecei com o pé direito, indo de avião. Quem já viajou de avião e lembra da emoção da primeira viagem, levanta a mão!
Levantei as duas com os dez dedos bem esticados!
Tinha 9 pra 10 anos e fui visitar meus tios/padrinhos em Brasília, onde moram. Foi uma coisa de louco aquela ansiedade toda! Se alguém conseguir imaginar a cena de uma criança gordinha, hiperativa e ansiosa por fazer a primeira viagem de avião, certamente vai fazer um esforço tremendo para esquecer!
Naquele tempo eu ainda não sabia o que era ficar ansioso. Aquele enjoo no estômago, aquela agonia inexplicável, aquele suspirar profundo... ai, ai... enfim, fui apresentado à estranha sensação de estar ansioso.
Ultrapassada a primeira etapa, a ansiedade pré-viagem, ingressei na aeronave e fiquei maravilhado com aquilo. Naquele tempo as atendentes de voo respondiam pelo nome de aeromoças, e a demonstração era toda feita manualmente, coisa que hoje em dia só acontece se o monitores estiverem com algum problema.
Lembro de ter ficado encantado, também, com o cinto de segurança e a forma interessante que ele abre e fecha. E a poltrona que reclina?
Enfim, cheguei ao meu destino e passei um mês na capital do Brasil.
Naqueles dias eu pude perceber as diferenças de hábitos e costumes de uma casa para outra, de uma região para outra. Conheci pessoas fisicamente diferentes das que eu estava acostumado a ver em Belém, ouvi sotaques e expressões diferentes e impressionei pelo meu sotaque e expressões. Égua! Foi muito bom!
Daquele momento em diante percebi: eu amo viajar.
De lá pra cá já planejei e fiz várias viagens, tanto nacionais quanto internacionais. Eu dispenso excursões e agências de viagens. Claro que já me utilizei delas e se precisar voltarei a utilizá-las, mas eu gosto mesmo é de fazer meu próprio roteiro, minha pesquisa de passagem, de hotel, de pontos turísticos, de tudo.
E dessa vez não poderia ser diferente: horas de pesquisa na internet, horas de conversas com pessoas que já conhecem a Europa, horas consultando sites de voos e hotéis, horas de sonhos acordado.
E nessa aventura, pra não dizer que irei só, me acompanhará por Portugal, Itália e Inglaterra, o Samukinha. A ideia de ser acompanhado por ele partiu de seu "pai", Samuel, que, inspirado pela onda do turismo de pelúcias, encomendou à AmynTUR (como carinhosamente chamo minha agência de viagens imaginária) seu primeiro pacote de turismo para bonecos de pelúcia.
Uma graça, não?

Samukinha de malas prontas, sob o atento olhar de Tiffany.
Só não sabemos se ela está curiosa ou com inveja.

Como o Samuel, meu dileto companheiro para todas as horas, inclusive viagens, não pode ir comigo, mandará seu representante para desfrutarmos da maravilhosa experiência de observar e até de sermos observados, trocarmos comportamentos e aprendermos com as outras culturas, com o fazer alheio, bem como ensinar com o nosso fazer e com nossa cultura. Enfim, permutar.
Mas a troca, pra ser produtiva, depende da disposição de cada um. Da minha parte, pelo menos, posso garantir que estou ávido para apreender tudo que puder, socialmente, culturalmente e subjetivamente.
Isso, meus caros, é coexistência.

sábado, 10 de setembro de 2011

BUON GIORNO, MI CHIAMO AMYNTOR

Fiz italiano há uns 10 anos, mais ou menos... fiz o primeiro nível no Celci, mas depois mudei para a escola La Sapienza, onde cursei do segundo ao quarto nível. Aí, o proprietário/diretor/professor teve que fechar a escola por questões financeiras.
Mas já era tarde, nossa turminha de 4 alunos já estava muito unida e entrosada, entre si e com o professor. Convencemos ele a nos dar as aulas dos dois últimos níveis do básico na sala de seu apartamento...
Assim, todos os sábados vespertinos nos encontrávamos no edifício Altair Klautau, na Av. Conselheiro Furtado, em Belém.
Cheguei (quase) a concluir o básico. Faltou só a prova final do sexto nível.
E não fiz a tal prova porque já não levava o curso de italiano nem um pouco a sério! Esse ano de aulas na casa do professor foi muito bom, mas não lembrava em nada um curso de língua. Ríamos, conversávamos, brincávamos e comíamos. Quase nunca em italiano. O pobre do professor bem que tentava ensinar, mas os alunos não levavam a sério.
Aí, simplesmente não rolou a vontade de fazer a tal prova final... E pelo que sei, nenhum dos alunos a fez.
Passaram-se os anos e finalmente, nestezinho ano de 2011, como contei aqui, decidi que faria o intercâmbio na Itália.
Como é de conhecimento geral, meu intercâmbio é uma desculpa para reflexões mais íntimas, descobertas mais pessoais e superação dos próprios limites. Contudo, não posso desmerecer a relevância de querer retomar o estudo da língua que deixei para trás, no meu passado.
É uma língua tão linda, tão musical que não merece o abandono que lhe destinei...
Assim, entre minha primeira visita ao STB de Belém e meu retorno para fechar o pacote, pesquisei o que pude sobre as escolas com as quais a agência mantem relações em Roma: Leonardo Da Vinci e Dilit International House.
A verdade é que não encontrei nada de concreto sobre nenhuma das duas. Não sei se o tempo para pesquisa foi pouco, já que só dispunha de três dias para me decidir, ou se não soube pesquisar, ou se, realmente, não há comentários relevantes sobre elas na internet.
A melhor referência que obtive sobre a primeira escola, a Leonardo Da Vinci, foi que se tratava da escola que Elizabeth Gilbert frequentou enquanto comia na Itália. Entretanto, a favor da outra escola, a Dilit, havia o fato da localização, pertinho do Roma Termini e muitas outras estações de metrô.
Foi essa que escolhi.

Via Marghera, 22, Roma

Como já passei dos 30 anos de idade, não tenho mais disposição para me aventurar em situações de precário conforto (acho até que nunca tive), por isso fiz questão de optar por residência estudantil, em quarto individual, com banheiro privativo.
Sim, sou antipático para algumas coisas... A falta de disposição para dividir quarto e banheiro com estranhos é uma delas.
Mas havia um problema no sonho italiano: eu só saberia a localização da minha morada italiana com, em média, 15 dias antes da viagem.
Angustiante ter desejo/vontade/disposição para explorar a área da residência pelo Google Maps e não poder!
Entretanto, as atendentes do STB me garantiram que todas as residências estudantis conveniadas são muito boas, limpas e confortáveis, assim como deveria ser bem próximo da escola, permitindo deliciosos passeios a pé pela Cidade Eterna.
E realmente, os dados da hospedagem só chegaram ontem por e-mail, faltando nada mais que 16 dias para eu chegar em Roma.
Sobre a tal hospedagem, vamos lá: pertence à Signora Maria Anna Surace, e situa-se na Via Tarvisio 5, Roma.
Meu flat (eba!!!) é o de número 19, 6º andar.
Hein!? 6º andar?!
"Ai meu Deus!", pensei, "será que tem elevador???"
As surpresas e dúvidas não ficaram por aqui...
"Distance from school: approx. 15 minutes by bus nº 38". Como assim? A tal residência não deveria ser próxima o suficiente para uma prazerosa caminhada até a escola?
Fiquei nervoso e corri para o Google, santo Google!
Realmente, a escola e residência ficam na mesma cidade, em Roma, mas nem com boa vontade são vizinhas a ponto da caminhada diária ser viável... tratam-se de pelo menos 30 minutos caminhando.
Dei uma olhada pelas ruas das redondezas através do street view do Google Maps e não gostei. Mas também! A essa altura já estava pondo defeito em tudo e me perguntando onde estava com a cabeça quando decidi deixar meu confortável lar para me jogar em qualquer buraco dessas ruas estreitas de Roma.
Mas, como diz o ditado, nada melhor que uma boa noite de sono.
Recuperado do susto e mais calmo, comecei a achar que será melhor, inclusive, a residência não ser tão próxima do curso, pois não tive boas referências sobre a segurança na região do Roma Termini.
Além disso, comecei até a achar a rua onde se situa o prédio, uma rua bonitinha.


Via Tarvisio, Roma

Via Tarvisio, Roma

Muito bem aconselhado, telefonei pelo Skype para a Signora Surace. Num italiano de trancos e barrancos, consegui saber que o prédio tem elevador (ufa!), que há farmácia nas redondezas, e que a região é segura.
Mais aliviado, fui fazer as malas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A ITÁLIA

A idéia do intercâmbio no exterior não era minha. Foi emprestada.
Era sábado a noite, regado a vinho, intimidade e muito diálogo. Nessa atmosfera de troca de idéias, lançou-se a constatação: "você é muito mais que isto aqui; muito mais que Belém; muito mais que o Brasil".
Sou? Sou mesmo? 
É, acho que sou. E se ainda não sou, acho que posso ser. 
Acabou-se a era do "deixei de fazer, porque tive medo". A pessoa de hoje não se curva aos medos, não possui obstáculos intransponíveis e já não tem uma visão tão pessimista de si mesmo ao ponto de acreditar não ser capaz.
A dominação pelo complexo de rejeição está quase completamente substituída pelo desejo de sempre lutar pela felicidade.
Sim, eu posso. Eu sou capaz de me lançar numa experiência de sair da zona de conforto e experimentar as novidades que o mundo tem a oferecer. Sim, farei um intercâmbio fora do Brasil, conhecerei uma nova cultura, farei novos contatos, andarei só, sem rumo, onde minhas pernas, e somente elas, quiserem me levar. 
Mas onde? Eu precisava dar ao menos um norte para que as pernocas pudessem fazer o resto. 
Foi aí que, apreciando a cozinha do apartamento, em profunda reflexão, eu tive uma epifania: Por que não a Itália?


Há alguns anos, ainda na época de faculdade, eu estudei a língua... e adorei! A sonoridade, o falar cantarolante, o gesticular... tudo tão atraente! 
E as massas e os vinhos, então!? Ah, isso sem mencionar no famoso e tradicional café! 
Itália é uma excelente opção. Tanto que na cozinha de casa eu tenho um adesivo de uma frase justamente em italiano. Não foi em vão que o destino fez eu me apaixonar por café e me encantar com o poeminha em italiano falando justamente dele: 
negro como a noite
forte como um pecado
doce como o amor
quente como o inferno

Sim, é pra lá que eu vou, para apaixonar-me pela arquitetura e arte, fotografar cada curva das maravilhosas estátuas de carrara, apreciar a histórica a evolução da sociedade ocidental. Quanta coisa! Quanta expectativa!
O pensamento na possibilidade de passar uma temporada na Itália, imerso na cultura e quotidiano local, não saíram da minha cabeça durante todo o domingo que seguiu.
Na segunda-feira não perdi tempo e fui logo na STB para me informar sobre a existência de programas de intercâmbio para adultos naquele país, tão estiloso que até seu formato é de uma bota!
Sim, o programa existe em quatro cidades: Milão, Florença, Siena e Roma.
Lembrei das aulas de italiano e as maravilhas que meu professor falava dessas cidades, especialmente de Firenze, sua paixão. Foi a primeira opção.
Tudo estava colaborando para a concretização dessa viagem especial: i) havia vaga para estacionar o carro bem na porta da agência; ii) o curso não era tão caro, mesmo falando-se em Euros; iii) havia uma promoção que duraria até aquela quinta-feira, 31/03: parcelamento em 10 vezes sem juros no cartão de crédito.
Não poderia recusar, afinal, ainda ganharia uns bons pontos no cartão de crédito, para depois transformar em viagens emitidas por milhas. Delícia!
Durante a semana conversei com uma amiga viajadíssima que já conhecia alguma coisa da Itália e ela foi objetiva:
"Florença é linda, mas tu, Amyntor, vais ficar entediado se passar um mês lá. Vai pra Roma, muito mais tua cara!"
Ela, além de me conhecer bem, provavelmente tem razão. Sou apaixonado por metrópoles, movimento, pessoas andando apressadas pelas ruas, cinemas, teatros, bares e boates abertos todas as noites à disposição para quem quiser se lançar.
Uma pessoa que ama São Paulo e Nova York provavelmente amará Roma!
Ciao Roma!

sábado, 3 de setembro de 2011

2011: ESSE É MEU ANO

Vou começar como todo começo deve ser, reafirmando meu eu: sou Amyntor, nasci em Belém, capital do estado do Pará. Sim, aquele estado representado pela pequena estrela solitária acima da faixa branca da bandeira do Brasil.
Tive uma infância farta, na qual nada me faltou. Ao contrário, tive à minha disposição muito mais que se poderia esperar naqueles anos finais da década de 70 e os seguintes das décadas de 80 e 90. Estudei piano, estudei inglês, estudei francês, estudei italiano, conheci alguma coisa de ares plásticas, de ópera, de política e do cotidiano. Aprendi tabuada num computador pessoal. Hoje pode não ser nada demais, mas em 1985 era. Estudei numa boa escola. Fui um excelente aluno.
Mas sabem aquela passagem bíblica que diz: "a quem muito foi dado, muito mais lhe será exigido" (Lc 12,48)? Eu sei bem o que quer dizer e, por isso, praticamente nunca fiz exatamente as coisas que desejei.
Agora, com quase 33 anos, tenho maturidade suficiente para reconhecer isso sem me sentir frustrado. E aquelas coisas que deixei para trás, seja por medo, seja por proibição, agora poderão ser resgatadas.
Os dois últimos anos foram fundamentais na transformação para o homem que estou, ainda, me tornando. Saí da casa da mamãe, assumi as rédeas da minha vida, fiz duas tatuagens, rompi com exigências sociais, casei-me, virei as costas para o embotamento mental e com isso me tornei muito mais crítico com o mundo ao meu redor. Em miúdos, estou realmente em busca da minha felicidade.
Sim, faço terapia, semanalmente. Isso também me ajuda em ser convicto com minha afirmação do eu.
E é justamente por tudo isto, pela descoberta de uma individualidade real, que na próxima semana, irei para Europa, sozinho, em uma viagem de 45 dias dentre os quais visitarei amigos admiráveis, um em Lisboa e outra em Londres, e, especialmente, farei 1 mês de aulas de italiano em Roma, num intercâmbio que resgata meu medo adolescente que me impediu de ir para os Estados Unidos em meados da década de 90.
A razão desta empreitada não é profissional, nem terapêutica. É simplesmente a vontade de experimentar sensações novas, superar os medos e desvendar as potencialidades sociais, próprias e alheias.
Quero me ver acompanhado de mim mesmo, discutir com minha voz interior no momento da solidão profunda. Quero experimentar minha capacidade de socialização e interação com os desconhecidos, num lugar desconhecido e, assim, desvendar o que eu posso oferecer ao mundo e o que ele pode me retribuir.
E diante de tantas expectativas positivas coexiste um sentimento negativo: o medo, desdobrado no tradicional medo do desconhecido e no medo da certa saudade a ser sentida pela pessoa amada que no lar fica.
E quem disse que do negativo se pode obter o positivo?
Entre pontos positivos e pontos negativos, todos entram num grande conjunto que posso nomear de crescimento ou amadurecimento. Esse tal conjunto é o que, essencialmente, eu busco neste momento.