quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

SAUDADES, VENHAM TODAS!

Então hoje é o dia da saudade.
Quem disse? De onde isso saiu? Um dia inteiro dedicado a um sentimento, cuja palavra e sentido perfeito só existem em português e que, convenhamos, não é gostoso! Aplacar a saudade, quando é possível, sim, é muito bom, muito gostoso e muito saudável.
Mas ficar matutando um sentimento, uma sensação, sobre algo que não tem jeito, que não tem como dar meia volta e fazer retorno? Ah, eu não quero.
Lembro, com saudades, de alguns momentos memoráveis que vivi: a primeira vez que bebi café puro, a primeira vez que assisti O Mágico de Oz, a primeira vez que aceitei ser ignorante, a primeira vez que ouvi um "eu te amo" sincero.

Há também as viagens maravilhosas, com a família, com os amigos, sozinho ou casado.Momentos únicos que me senti especial, forte e indestrutível. E momentos de profunda tristeza em que me senti só, desamparado e frágil.Enfim, uma infinidade de coisas que vivi e fizeram de mim o que sou hoje. Pronto, já fizeram! Foram úteis e não voltam mais... ficam na lembrança para serem recordadas de vez em quando... mas isso não é saudade! De minhas memórias sinto saudades. Saudade, no singular, não quero sentir, porque dói demais.Assim já percebo há tempos, mas só há poucos dias, lendo, entendi como externar..."Um dia, mais cedo ou mais tarde, hás de saber que saudades, no plural, são lembranças, cumprimentos que se mandam. É muito pouco, Antonio, pra exprimir este sentimento que eu e teus pais trazemos na alma com relação a Portugal e ao que lá deixamos. Saudade, sim! Saudade, no singular, é a palavra que condiz." ( O Arroz de Palma, pg 180).




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