sábado, 3 de setembro de 2011

2011: ESSE É MEU ANO

Vou começar como todo começo deve ser, reafirmando meu eu: sou Amyntor, nasci em Belém, capital do estado do Pará. Sim, aquele estado representado pela pequena estrela solitária acima da faixa branca da bandeira do Brasil.
Tive uma infância farta, na qual nada me faltou. Ao contrário, tive à minha disposição muito mais que se poderia esperar naqueles anos finais da década de 70 e os seguintes das décadas de 80 e 90. Estudei piano, estudei inglês, estudei francês, estudei italiano, conheci alguma coisa de ares plásticas, de ópera, de política e do cotidiano. Aprendi tabuada num computador pessoal. Hoje pode não ser nada demais, mas em 1985 era. Estudei numa boa escola. Fui um excelente aluno.
Mas sabem aquela passagem bíblica que diz: "a quem muito foi dado, muito mais lhe será exigido" (Lc 12,48)? Eu sei bem o que quer dizer e, por isso, praticamente nunca fiz exatamente as coisas que desejei.
Agora, com quase 33 anos, tenho maturidade suficiente para reconhecer isso sem me sentir frustrado. E aquelas coisas que deixei para trás, seja por medo, seja por proibição, agora poderão ser resgatadas.
Os dois últimos anos foram fundamentais na transformação para o homem que estou, ainda, me tornando. Saí da casa da mamãe, assumi as rédeas da minha vida, fiz duas tatuagens, rompi com exigências sociais, casei-me, virei as costas para o embotamento mental e com isso me tornei muito mais crítico com o mundo ao meu redor. Em miúdos, estou realmente em busca da minha felicidade.
Sim, faço terapia, semanalmente. Isso também me ajuda em ser convicto com minha afirmação do eu.
E é justamente por tudo isto, pela descoberta de uma individualidade real, que na próxima semana, irei para Europa, sozinho, em uma viagem de 45 dias dentre os quais visitarei amigos admiráveis, um em Lisboa e outra em Londres, e, especialmente, farei 1 mês de aulas de italiano em Roma, num intercâmbio que resgata meu medo adolescente que me impediu de ir para os Estados Unidos em meados da década de 90.
A razão desta empreitada não é profissional, nem terapêutica. É simplesmente a vontade de experimentar sensações novas, superar os medos e desvendar as potencialidades sociais, próprias e alheias.
Quero me ver acompanhado de mim mesmo, discutir com minha voz interior no momento da solidão profunda. Quero experimentar minha capacidade de socialização e interação com os desconhecidos, num lugar desconhecido e, assim, desvendar o que eu posso oferecer ao mundo e o que ele pode me retribuir.
E diante de tantas expectativas positivas coexiste um sentimento negativo: o medo, desdobrado no tradicional medo do desconhecido e no medo da certa saudade a ser sentida pela pessoa amada que no lar fica.
E quem disse que do negativo se pode obter o positivo?
Entre pontos positivos e pontos negativos, todos entram num grande conjunto que posso nomear de crescimento ou amadurecimento. Esse tal conjunto é o que, essencialmente, eu busco neste momento.

3 comentários:

  1. Fico orgulhoso de participar deste momento singular. Sempre conta comigo. Não fomos educados para sermos felizes, mas sim, para fazermos repetições. Ver você romper velhas amarras e buscar sua felicidade me deixa contente, mais um passo dado para o Amyntor que não tem medo de se reinventar a cada dia. Vai com Deus. Você é cidadão do mundo. Boa sorte!

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  2. Pi, Gostei do blog (da cor de Roma - terracota, não? e lindas andorinhas que, como tu, migram para outros lugares). Achei interessante tu colocares essa tua aventura (não deixa de ser, não é?) como uma comemoração do teu "eu liberto": "vontade de experimentar sensações novas, superar os medos e desvendar as potencialidades sociais, próprias e alheias". Na verdade, desde pequeno, tu és dono do teu nariz, mesmo quando pensavas que não podias ser. Assim, vais celebrar em Roma, com bons vinhos, claro, essa nova etapa da tua vida. E nós (eu e seu Tio) ficamos muito felizes e torcendo sempre pela tua felicidade. Te amamos!Bon Voyage!

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  3. Eu lembro no MP que tu dizias que um dia ia vazer o que quisesse da vida. Fico feliz por estares fazendo isso agora. Eu també estou numa fase assim assim... Inveja da tua viagem! Olha, conta tudinho direitinho, pois um dia eu vou lé e sei que nossos gostos são parecidos.
    Boa viaagem e seja muito mais feliz.

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