quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A ITÁLIA

A idéia do intercâmbio no exterior não era minha. Foi emprestada.
Era sábado a noite, regado a vinho, intimidade e muito diálogo. Nessa atmosfera de troca de idéias, lançou-se a constatação: "você é muito mais que isto aqui; muito mais que Belém; muito mais que o Brasil".
Sou? Sou mesmo? 
É, acho que sou. E se ainda não sou, acho que posso ser. 
Acabou-se a era do "deixei de fazer, porque tive medo". A pessoa de hoje não se curva aos medos, não possui obstáculos intransponíveis e já não tem uma visão tão pessimista de si mesmo ao ponto de acreditar não ser capaz.
A dominação pelo complexo de rejeição está quase completamente substituída pelo desejo de sempre lutar pela felicidade.
Sim, eu posso. Eu sou capaz de me lançar numa experiência de sair da zona de conforto e experimentar as novidades que o mundo tem a oferecer. Sim, farei um intercâmbio fora do Brasil, conhecerei uma nova cultura, farei novos contatos, andarei só, sem rumo, onde minhas pernas, e somente elas, quiserem me levar. 
Mas onde? Eu precisava dar ao menos um norte para que as pernocas pudessem fazer o resto. 
Foi aí que, apreciando a cozinha do apartamento, em profunda reflexão, eu tive uma epifania: Por que não a Itália?


Há alguns anos, ainda na época de faculdade, eu estudei a língua... e adorei! A sonoridade, o falar cantarolante, o gesticular... tudo tão atraente! 
E as massas e os vinhos, então!? Ah, isso sem mencionar no famoso e tradicional café! 
Itália é uma excelente opção. Tanto que na cozinha de casa eu tenho um adesivo de uma frase justamente em italiano. Não foi em vão que o destino fez eu me apaixonar por café e me encantar com o poeminha em italiano falando justamente dele: 
negro como a noite
forte como um pecado
doce como o amor
quente como o inferno

Sim, é pra lá que eu vou, para apaixonar-me pela arquitetura e arte, fotografar cada curva das maravilhosas estátuas de carrara, apreciar a histórica a evolução da sociedade ocidental. Quanta coisa! Quanta expectativa!
O pensamento na possibilidade de passar uma temporada na Itália, imerso na cultura e quotidiano local, não saíram da minha cabeça durante todo o domingo que seguiu.
Na segunda-feira não perdi tempo e fui logo na STB para me informar sobre a existência de programas de intercâmbio para adultos naquele país, tão estiloso que até seu formato é de uma bota!
Sim, o programa existe em quatro cidades: Milão, Florença, Siena e Roma.
Lembrei das aulas de italiano e as maravilhas que meu professor falava dessas cidades, especialmente de Firenze, sua paixão. Foi a primeira opção.
Tudo estava colaborando para a concretização dessa viagem especial: i) havia vaga para estacionar o carro bem na porta da agência; ii) o curso não era tão caro, mesmo falando-se em Euros; iii) havia uma promoção que duraria até aquela quinta-feira, 31/03: parcelamento em 10 vezes sem juros no cartão de crédito.
Não poderia recusar, afinal, ainda ganharia uns bons pontos no cartão de crédito, para depois transformar em viagens emitidas por milhas. Delícia!
Durante a semana conversei com uma amiga viajadíssima que já conhecia alguma coisa da Itália e ela foi objetiva:
"Florença é linda, mas tu, Amyntor, vais ficar entediado se passar um mês lá. Vai pra Roma, muito mais tua cara!"
Ela, além de me conhecer bem, provavelmente tem razão. Sou apaixonado por metrópoles, movimento, pessoas andando apressadas pelas ruas, cinemas, teatros, bares e boates abertos todas as noites à disposição para quem quiser se lançar.
Uma pessoa que ama São Paulo e Nova York provavelmente amará Roma!
Ciao Roma!

Um comentário:

  1. Pi, Roma não é tão grande quanto São Paulo e Nova Iorque, não. Aliás, está mais para Brasília e Belém do que para essas metrópoles. Assim, vai pensando em curtir a cidade de outra forma, com outros olhos, senão vais ficar entediado sim. Aproveita o que a cidade tem pra te dar. Eu passaria anos por lá curtindo cada milímetro de arquitetura, escultura e história. Enfim!

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