quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

SAUDADES, VENHAM TODAS!

Então hoje é o dia da saudade.
Quem disse? De onde isso saiu? Um dia inteiro dedicado a um sentimento, cuja palavra e sentido perfeito só existem em português e que, convenhamos, não é gostoso! Aplacar a saudade, quando é possível, sim, é muito bom, muito gostoso e muito saudável.
Mas ficar matutando um sentimento, uma sensação, sobre algo que não tem jeito, que não tem como dar meia volta e fazer retorno? Ah, eu não quero.
Lembro, com saudades, de alguns momentos memoráveis que vivi: a primeira vez que bebi café puro, a primeira vez que assisti O Mágico de Oz, a primeira vez que aceitei ser ignorante, a primeira vez que ouvi um "eu te amo" sincero.

Há também as viagens maravilhosas, com a família, com os amigos, sozinho ou casado.Momentos únicos que me senti especial, forte e indestrutível. E momentos de profunda tristeza em que me senti só, desamparado e frágil.Enfim, uma infinidade de coisas que vivi e fizeram de mim o que sou hoje. Pronto, já fizeram! Foram úteis e não voltam mais... ficam na lembrança para serem recordadas de vez em quando... mas isso não é saudade! De minhas memórias sinto saudades. Saudade, no singular, não quero sentir, porque dói demais.Assim já percebo há tempos, mas só há poucos dias, lendo, entendi como externar..."Um dia, mais cedo ou mais tarde, hás de saber que saudades, no plural, são lembranças, cumprimentos que se mandam. É muito pouco, Antonio, pra exprimir este sentimento que eu e teus pais trazemos na alma com relação a Portugal e ao que lá deixamos. Saudade, sim! Saudade, no singular, é a palavra que condiz." ( O Arroz de Palma, pg 180).




segunda-feira, 17 de setembro de 2012

RESGATE

Dia desses percebi que tinha abandonado certa cantora que gostava muito de ouvir.
Nos idos de 2000, estava apaixonado, como todo o Brasil, pelo álbum Memórias, Crônicas e Declarações de Amor, da Marisa Monte. Era uma febre. 

Fonte: Google.com

Naquele ano fui ao show dela, primeiro e único que lhe prestigiei. Fui inundado pela beleza e riqueza dos detalhes daquela produção que, na minha opinião, teve dois momentos climax: a execução da música Gentileza e a brilhante interpretação de Ontem ao Luar, composta em 1907 e letrada em 1918. Uma preciosidade que MM (me dou a liberdade de assim me referir à Marisa Monte, haja vista a antiga relação estabelecida) resgatou e me fez o favor de apresentar.
Sim, é verdade que Fafá de Belém, minha conterrânea, já havia interpretado a mesma canção, mas foi pela voz de MM que tomei conhecimento de sua existência.


Minha relação com MM, como disse, é antiga. Desde o escandaloso bum de Bem Que Se Quis, tenho conhecimento de sua existência no cenário musical do país. Mas foi mesmo com Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão, recebido como presente do Natal de 1994 de uma amiga querida, que caí de amores. Caí não, tombei!

Fonte: Google.com

E assim a paixão foi crescendo até chegar ao apogeu, com Infinito Particular, de 2006, lançado simultaneamente com Universo ao Meu Redor. Cheguei a ter certeza que a música título havia sido composta para mim: "só não se perca ao entrar, em meu infinito particular". Era assim que me sentia naquele tempo, infinito, limitado, dúbio, uno, centrado e disperso, tudo junto e misturado. Hoje vejo que estava, simplesmente, descobrindo o que era se tornar adulto.

Fonte: Google.com

A paixão pelo Infinito... foi tão grande que ofuscou, para mim, o álbum Universo ao Meu Redor que passou pelo mundo sem quase tomar conhecimento de sua existência. Compromissado em dizer a verdade, devo confessar que sequer lembrava dele até começar a escrever esse texto e, assim, fazer uma rápida pesquisa sobre as informações aqui mencionadas.
Mas voltando ao assunto, a paixão passou. Aquela brasa ardente que sentia ao ouvi-la, se apagou. E os dias, meses e anos passaram até eu (quase) esquecer que MM existia. Mas ela também deveria fazer o mea culpa, afinal foram seis anos para lançar novo álbum. 
E em março deste ano MM lançou O Que Você Quer Saber de Verdade?. Ouvi o disco pelo Youtube quando lançaram e não me apaixonei. Duas ou três canções se salvaram. Mas nada se comparava ao nosso passado.

Fonte: Google.com

E assim os meses passaram até que no agosto passado, percebendo os sucessos emplacados nas novelas em cartaz, peguei-me lembrando, nostalgicamente, do prazer em mim suscitado por suas interpretações, as histórias que tínhamos juntos e sua participação nas atitudes da minha vida.
Resolvi dar-lhe nova chance e baixei o último álbum. Realmente, percebo que nossa relação não é mais uma paixão, mas pode ter se tornado um singelo amor fraterno com chances de durar o resto da vida. Desde então seu novo álbum toca em minha playlist aleatoriamente, dentre as canções antigas que tanto me tocaram.
E nesta noite de setembro, a publicação de um vídeo no facebook de um primo, trouxe à minha memória mais um artista que gostava muito, e assim como MM, havia abandonado: Skank.


A carreira do Skank tem passado à margem da minha vida, mas ver esse vídeo, da música Dois Rios, especificamente, fez-me lembrar das lágrimas que rolaram a este som.
Esta noite inicio mais um resgate.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A ROLHA


Recebi um e-mail da Personal Sommelier sobre as rolhas dos vinhos... Achei interessantíssimo, por isso resolvi compartilhar:

Foto obtida na internet.

"A rolha

A rolha de cortiça desempenha um papel decisivo na conservação do vinho. A sua eficácia nesta função tem originado grande polémica e ao longo dos últimos anos têm surgido novos vedantes.

Cortiça, alumínio, plástico e vidro são as matérias-primas utilizadas na fabricação de vedantes para garrafas de vinho. Mas nem sempre foi assim. Até há bem pouco tempo a rolha de cortiça era o único vedante utilizado. O exponencial aumento dos vinhos engarrafados a partir da segunda metade do século passado e, fundamentalmente, o aumento de problemas com o "gosto a rolha" ou "bouchonnée" atribuído à rolha de cortiça, desencadeou uma revolução no mercado de vedantes para vinho.

Apesar de tudo o que foi feito ou refeito, a rolha perfeita continua a não existir.

A nobre cortiça
A cortiça consiste num tecido vegetal com centenas de milhões de células suberizadas, inertes e impermeáveis. Estas células, cheias com gás, formam uma estrutura compressível e elástica. A cortiça pode ser comprimida para metade do seu volume sem perder flexibilidade e possui a particularidade única de poder ser comprimida numa dimensão sem alterar a outra. Estas características fazem da cortiça um vedante natural impermeável com extraordinária eficácia. Ao longo de séculos tem ajudado a escrever a história do vinho que hoje conhecemos. É, por assim dizer, o maior aliado do homem na conservação e melhoramento dos vinhos acondicionados em garrafa. Para muitos a rolha de cortiça é parte integrante da imagem da garrafa de vinho. Até quando?

Início das Hostilidades
Na década de 80, a qualidade das rolhas diminuiu significativamente e nos finais da década surgiam os primeiros processos movidos por produtores de vinho australiano contra os seus fornecedores de rolhas. As vezes a curtiça era retirada das árvores e comercializada após apenas 6 anos (em vez dos tradicionais 8-9). A lei acudia ao lesado e o negócio da rolha de cortiça natural começou a tremer.
Em 1989, a indústria portuguesa de fabricação de rolhas era fortemente censurada por muitos produtores de vinho. Meio mundo reclamava da fraca qualidade das rolhas de cortiça. Nesse mesmo ano, enquanto poderosas cadeias inglesas de distribuição começam a testar rolhas sintéticas e cápsulas de rosca, as companhias nacionais de cortiça, em conjunto com o governo, fundam o Centro Tecnológico da Cortiça (CTCOR) em Santa Maria de Lamas. Objetivo: Apurar as causas dos problemas de qualidade das rolhas.

O "Calcanhar de Aquiles" da Cortiça
O 2-4-6 Tricloroanisol (TCA) foi considerado o principal culpado. É um composto químico responsável pelo gosto a mofo, a bolor e a bafio em cerca de 80% dos vinhos contaminados. Este poderosíssimo contaminante pode estar presente em papel, cartão, plástico, vidro, recipientes metálicos, madeira, barricas e também...na cortiça. O seu limiar de percepção situa-se a 1.5 ppt ou ng/l (parte por trilião ou nanograma por litro) - ou seja, uma simples gota despejada numa piscina olímpica é suficiente para contaminar a água - mas a maioria das pessoas detecta o problema a cerca de 5 ppt.
É um químico complexo com várias origens: fungos presentes nas imperfeições da estrutura celular da cortiça, os polifenóis próprios da cortiça e produtos utilizados na preparação da cortiça interagem parcial e integralmente levando à formação deste composto.
Contudo, o "gosto a rolha" não é apenas atributo do TCA. Existem outros cloroanisóis como o tetracloroanisol (2-3-4-6 TeCA detectável a 10 ng/l) ou o mais preocupante tribromoanisol (2-4-6 TBA detéctavel a 4 ng/l) formado a partir do tribromofenol, usado como pesticida nas estruturas de madeira das adegas, que pode contaminar barricas, rolhas, plásticos, cartão ou madeira das caixas de vinho.
Tudo isto foi colocado no mesmo saco e as culpas caíram todas, e ao mesmo tempo, na nobre rolha de cortiça. Porcentagem de contaminação inaceitável... a cortiça destrói os nossos vinhos,... é em suma o que transcreviam os inúmeros artigos escritos sobre o tema em finais de oitenta, no preciso momento em que os vinhos iniciam uma ascensão de preços nunca antes testemunhada.

Rolhas alternativas
Rolhas sintéticas, cápsula de rosca (screwcap), rolha de vidro, Zork....
Começando pelas primeiras, a tecnologia moderna ainda não conseguiu criar um substituto sintético para a rolha de cortiça natural. Existem inúmeras rolhas deste tipo no mercado mas múltiplos estudos aconselham apenas o seu uso em vinho de consumo rápido (um, dois anos máximo). Esta rolha não veda totalmente a garrafa e permite importantes trocas de oxigénio com o vinho engarrafado (0.01 cc por dia e por rolha enquanto que esse índice na cápsula de rosca e em boas rolhas de cortiça é inferior a 0.001 cc por dia e por rolha) levando à sua oxidação precoce. Entre as várias marcas sobressaem a Nomacork, Neocork e Nukorc. São baratas, visualmente atraentes e podem ser usadas nas linhas de engarrafamento convencionais.
A cápsula de rosca tem sido o vedante mais popular na guerra contra a rolha de cortiça natural. São uniformes, muito fáceis de abrir e vários estudos comprovam que é o vedante que mantém os níveis mais elevados de SO2 livre (antioxidante). Tem a vantagem de evitar oxidações e a desvantagem de promover reduções com inerentes aromas desagradáveis. No entanto, a imagem que têm junto do consumidor (europeu principalmente) desprestigia o vinho que usa a cápsula de rosca, é um vinho barato de todos os dias, é um vinho com pouco estatuto, enquanto a rolha mantém as preferências de estética, ambientalista, para não esquecer o ritual do abrir da garrafa com o saca-rolhas.
O vedante de vidro Vino-lok, usado por muitos produtores de vinho italiano, alemão e austríaco, é outra alternativa a ter em conta. É inerte, neutra, muito eficaz como vedante, é reciclável e esteticamente perfeita, apenas uma desvantagem - o preço que por enquanto se mantém elevado
A rolha australiana Zork é outra alternativa interessante para vinhos de consumo rápido, atraente, fácil de utilizar e pode também ter futuro.
Por último, a Pro-cork que usa cortiça natural isolada por uma membrana de 5 camadas em cada extremidade que não permite contacto do vinho com a rolha e assegurando a impermeabilidade. Esta é uma alternativa que junta cortiça com sintéticos de um modo eficiente.

A Guerra das rolhas
A "Guerra das Rolhas" vai continuar. Neste debate global, os números e dados científicos apresentados por cada indústria favorecem a própria em detrimento da concorrência. Ninguém se entende e muitas das vezes é mais o preço a orientar a escolha do produtor que qualquer outra coisa. Nos estudos e pareceres veiculados por ilustres técnicos e universidades as conclusões são muitas vezes contraditórias.
Perante a crescente concorrência, a indústria corticeira tem respondido a um bom nível. Centenas de milhões de euros têm sido investidos na erradicação do TCA, na criação de novos tipos de rolha assim como na certificação maciça dos procedimentos tecnológicos das inúmeras empresas. Os resultados têm sido positivos. 

A rolha de cortiça, que desde há 3 séculos criou o vinho que conhecemos hoje, é um vedante para o qual hoje existe concorrência efetiva, mas pensamos que dificilmente deixará de cumprir a missão para qual a natureza a criou.
Quanto às alternativas: as rolhas sintéticas são as que menos têm provado, enquanto que a cápsula de rosca continua a conquistar adeptos em particular em países pragmáticos e poucos arreigados à tradição (Austrália e Nova Zelândia à cabeça) e quase sempre escolhida para vinhos brancos, rosés e tintos jovens. A sua resposta a vinhos com potencial de envelhecimento mantém-se uma incógnita. Quantos às restantes rolhas que existem e outras mais que poderão aparecer veremos que história terão para contar no futuro que se adivinha bem movimentado para qualquer dos vedantes.

História
Nos anos 30 do século XVII Kenelm Digby inventa a garrafa de vidro. Cinquenta anos depois, uma segunda revolução, com o desenvolvimento da rolha de cortiça.
As primeiras rolhas de cortiça eram cónicas e em 1680 D. Pérignon deu-lhes o lugar das rolhas de madeira no gargalo de uma garrafa com vinho espumante. Em 1830 surgem os equipamentos capazes de introduzir rolhas cilíndricas nos gargalos das garrafas e 60 anos depois são fabricados os primeiros aglomerados de cortiça. Em 1903 inventam-se as rolhas de duas peças, com a parte inferior de cortiça natural e a superior com aglomerado. Nos nossos dias, produzem-se rolhas de cortiça de diferentes tipos e dimensões - de cortiça natural, de aglomerado, mistas, cilíndricas, cónicas, para champanhe, de inserção manual, 'twin top', etc.
O nascimento da cápsula de rosca (screwcap) é bem mais recente. Em 1959, a companhia francesa La Bouchage Mécanique introduz o Stelcap-vin depois da Stelcap ter provado eficiência com espirituosos e licores. Em 1970, a Australian Consolidated Industries adquiriu os direitos de fabrico e a Stelcap foi rebaptizada por Stelvin (na foto). No entanto, o receio do fracasso junto dos preconceitos do consumidor manteve este 'screwcap' em 'stand-by' até começarem os problemas com a rolha de cortiça natural. A partir de 2000, o uso deste vedante começou a crescer exponencialmente e em 2004 calcula-se que cerca de 200 milhões de garrafas de vinho australiano foram seladas com cápsula roscada. O movimento contagiou a Nova Zelândia que forma em 2001 a New Zealand Screwcap Initiative. Nessa data, 1% dos vinhos neozelandeses usavam cápsula roscada. Em 2004 já eram 70%. E as mudanças continuam."

terça-feira, 28 de agosto de 2012

FÉRIAS COM COMPROMISSOS

Estou de férias em São Paulo, após uma breve passada por Santiago, cujo teor da viagem fica pra uma próxima oportunidade.
Nessa passagem por São Paulo, tinha três compromissos a cumprir. Dois extremamente prazerosos e um chatíssimo.
Os dois primeiros consistiam em aprender mais sobre coisas que amo fazer: cozinhar e beber.
Fiz uma Oficina de Cortes e Manipulação de Ingredientes, na Escola Wilma Kövesi de Cozinha, com a chef Carole Crema. Foi um espetéculo! Aprendi tanta coisa legal que saí da aula empolgadíssimo! Não cabia em mim de tanta vontade de aprender mais e fazer outros cursos na escola. A vontade é tanta que já estou analisando as possibilidades de fazer outros cursos em outubro.
O outro compromisso adorável foi uma aula de degustação de vinhos, cujo tema foi "Como Combinar Queijos e Vinhos", promovido pela Personal Sommelier. Uma delícia em todos os sentidos! Esta aula de degustação foi de uma utilidade singular, afinal, ocorreu dois dias antes de ir para o Chile, o que me ajudou bastante na hora de escolher os vinhos que trouxe da viagem.
Mas como nem tudo são flores, eu teria que enfrentar, ainda, meu compromisso chatíssimo: renovar o visto dos EUA.
Não bastasse todo o estresse e chateação em ter que preencher infindáveis questionários on line (condição prévia para obter o visto, seja pela primeira vez, seja por renovação), ainda temos, os brasileiros, que nos dirigirmos a um posto de atendimento, o Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto - CASV.
Escolhi ser atendido no CASV da Vila Mariana (Av. José Maria Whitaker, 370). 
No domingo à noite, véspera da data agendada, li a instrução de que deveria levar uma foto 5x7 impressa. Ou seja, não bastaria a foto enviada eletronicamente, com o formulário preenchido on line.
Foi um fuzuê de manhã, pois não sabia se teria onde tirar essa foto próximo ao centro de atendimento (e de fato não vi nenhum lugar apropriado por lá), por isso procurei nas redondezas do flat. Mas afinal consegui a foto, que ficou horrível, e cheguei na hora marcada para esperar, em pé, numa fila de 45 minutos.
Em 1 hora todo o processo havia sido concluído. O passaporte com o novo visto será entregue em casa.
E enfim, não foi preciso foto, imposto de renda, extrato bancário, nada. 
Essa é a pseudo-eficiência americana. Pede o que não precisa, se omite em questões básicas como cadeiras para os solicitantes e não fornece qualquer comprovante de que estão com nossos passaportes.
Agora, tente discutir isso pra ver quantas vezes você entra nos EUA. 
O que eu não faço pelo consumismo, hein?!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

ESPRESSO É COM 'S'?

Fiquei sabendo no Facebook (sempre nele) que hoje seria o Dia Nacional do Café.
Bem, depois que entraram em vigor a Lei 12.644, que institui o dia 15 de novembro como Dia Nacional da Umbanda, a Lei 12.646, que institui o dia 13 de setembro como Dia Nacional de Luta dos Acidentados por Fontes Radioativas, a Lei nº 12.624, que institui o dia 17 de outubro como o Dia Nacional da Música Popular Brasileira e a Lei nº 12.623, que institui o segundo domingo de maio (sim, o dia das mães) como o Dia do Aniversário do Buda Shakyamuni e o inclui no Calendário Oficial de Datas e Eventos Brasileiro, porque hoje não pode ser o Dia Nacional do Café??
Pesquisei se há alguma legislação que, assim como as que aqui citei, institui o dia 24 de maio como dia nacional de homenagem ao nosso bom cafézinho, e não achei, mas descobri que há dia pra tudo ou quase tudo. Não acredita? Veja aqui!
Pois bem, voltando ao café.
Quem me conhece sabe bem o quanto sou apaixonado por café. Aliás, lembro com exatidão a primeira vez na vida que dei um gole dessa bebida maravilhosa. Minha paixão é tão grande que no início do ano fiz um curso de barista, só para ter a oportunidade de aprofundar meus conhecimentos sobre ele...
Portanto, neste dia, o DIA NACIONAL DO CAFÉ, resolvi compartilhar um pouco do pouco conhecimento que tenho sobre o assunto.
Pra começar, vamos colocar o pingo no "i"? Ou melhor, vamos tirar o "X" e colocar um "S" no eSpresso? Sim, aquele cafézinho de máquina chama-se eSpresso e não expresso como é escrito em alguns lugares. Ao contrário do que se pode pensar, sua nomenclatura não deriva da velocidade empregada para prepará-lo, de forma expressa, mas sim de uma expressão italiana que, com o passar dos tempos, passou a significar  espremer sob pressão, o que hoje seria o verbo spremere (espremer) derivado do latim  expressus, particípio passado de exprĭmĕre, que significa entre outras coisas "apertar com força, comprimir, espremer, tirar de, arrancar". Em português, esse verbo latino originou exprimir, espremer e, por extensão de sua forma nominal, expressar. A verdade é que o café espresso é, hoje em dia, um termo que se referencia a uma técnica de origem italiana para obtenção da bebida, sob forte pressão de vapor d'água daquela máquina inventada pelos italianos que, a bem dizer, espreme o pó do café. Vale ressaltar que os italianos são excelentes baristas, posso atestar, e o café é pra eles uma bebida sagrada.
Então, se quiser "aportuguesar" o termo, diga café espremido e não café expresso que não tem nada a ver com o que se deve referenciar.
Assim, bem grafada a questão, vamos a algumas informações extras.
Dê preferência a cafés da espécie Arábica, muito mais saborosos. A outra espécie é a Robusta com um sabor muito mais amargo e dando à bebida o status de baixa qualidade.

Fonte:  http://joyturner.net/beverage/varietes-of-coffee-beans 

O café possui 4 classificações:
Tradicional: possui até 30% de sua composição de grãos da espécie Robusta.
Superior: possui, no máximo, 15% de café Robusta em sua composição.
Gourmet: composto exclusivamente de café da espécie Arábica. É o famoso 100% Arábica que vemos por aí.
Especiais: são cafés 100% Arábica que agregam outros valores: origem controlada; notas acima de 9; máximo de 8 defeitos em 300g do café (avaliação por amostragem); rastreabilidade total; cultivo por fazendas certificadas; cultivo em fazendas ecologicamente corretas; produção em consonância a projetos sociais.

Curiosidade: o selo de pureza ABIC não garante qualidade, pois permite até 800 defeitos em 300g do café.


Dizem que o segredo da xícara perfeita de café espresso é determinado por 4 M's: máquina, moinho, mistura (a qualidade do café), e a mão do barista.
Aprendi no curso de barista que é necessária muita prática para ser um excelente barista, por vários motivos, mas, principalmente, pela força que será empregada na hora de prensar o café no porta filtro da máquina.
Explico: uma xícara de espresso para os padrões brasileiros deve conter 40-45ml da bebida, produzida com 7-9g do pó de café, num tempo de 23-30segundos.
Se o pó estiver muito fino, a água da máquina, mesmo com a pressão, não consegue tirar essa quantidade (40-45ml) em 23-30segundos. Neste tempo será tirado cerca de 15-20ml, o que seria perfeito para os padrões de espresso na Itália. Eu gosto, mas para o paladar brasileiro em geral, trata-se de um café muito forte.
E se o barista prensar o pó com muita força, acontece a mesma coisa: no tempo padrão: não se consegue tirar a quantidade normal da xícara brasileira.
Ah, e se demorar mais que 30 segundos para se tirar um espresso, sabe o que acontece? O calor da máquia queima o café e o sabor terá a característica de queimado.
E no final de todo o processo, o café deve estar cremoso em sua superfície, de forma que sequer se consegue ver o líquido na xícara. Se você está agora olhando para sua xícara de espresso que acabaram de lhe servir e consegue ver o líquido, sinto muito, esse não é um bom espresso.
E quer mais uma? O café forte e encorpado tem menos cafeína que o café fraco e ralo. SIM!!! Se o café está ralo é porque teve água demais para a quantidade de pó de café, por isso todas as propriedades e óleos saborosos foram logo extraídos com pouca água. A água em excesso só consegue obter do pó a cafeína que é o que fica mais. Sabe aquele gosto amargo de alguns cafés? Não é porque está forte, é porque ele está com cafeína demais!
Percebem o quanto é complexo fazer uma mísera xícara de 45ml de café espresso???
Agora que sabemos um pouquinho mais sobre esse líquido poderoso, vamos fazer uma receita que aprendi no curso de barista: Café Romano.
Escolha um bom café. Dê preferência ao Gourmet (100% Arábica) ou aqueles especiais de supermercado. Infelizmente preço, nesse caso, é qualidade sim. Prepare o café. Pode tanto ser na cafeteira de espresso, quanto no fogão com filtragem posterior.
Não faça um café muito fraquinho, não, pois, como disse, é mais amargo e tem mais cafeína.
Na sua xícara, coloque raspas da casca de limão. A quantidade varia de acordo com o paladar que é subjetivo, mas umas 3 a 5 tirinhas de 3 cm cada está muito bem. Ponha o café. Adoce se quiser. Tome um copinho (daqueles de cachaça, mesmo!) de água com gás para limpar o paladar. Para limpar a boca de sabores anteriores, a água com gás é mais eficiente que a comum. Agora beba seu café e saboreie. Mas saboreie mesmo!!!

Percebe a cremosidade? Não se consegue ver o líquido.

Aproveite!

Nero come la notte
Forte come un peccato
Dolce come l'amore
Caldo come l'inferno

terça-feira, 22 de maio de 2012

"ROAR, LION, ROAR"

Acabei de ver no Facebook uma montagem com os cincos leões da MGM.




Achei a imagem super interessante. Primeiro porque sou apaixonado por felinos. Segundo porque nunca havia me dado ao trabalho de imaginar como as imagens teriam sido feitas.




Resolvi pesquisar na Wikipedia, e olhem só que interessante.
O Leão foi usado em homenagem à Universidade de Columbia (Nova York, EUA), onde as equipes esportivas são apelidadas de "The Lions" e o grito de guerra é "Roar Lion, Roar" (rosne leão, rosne) Houve cinco leõs diferentes, usados nas vinhetas do estúdio, em diferentes períodos.
O primeiro deles e, por que não dizer, patriarca da família, foi o Slats. Um belo de um irlandês que trabalhou de 1924 a 1928, e pelas características tecnológicas da época, era mudo. Uma curiosidade: sua pele está exposta no McPherson Museum, em McPherson, Kansas, EUA. Agora eu pergunto, por que cargas d'água se tem a pele de um leão famoso em exposição em um museu perdido nos recôncavos dos EUA??
Depois do Slats veio o Jackie, que trabalhou de 1928 a 1956. É ele que anuncia o início do maravilhoso "O Mágico de Oz" (Wizard of Oz, The, EUA 1939).
Paralelamente ao Jackie, trabalhou Tanner, de 1934 a 1956, em todos os filmes em tecnicolor, exceto "O Mágico de Oz", cuja honra, como já disse, foi concedida ao herdeiro mais velho do patriarca (muito justo!).
De 1956 a 1958 Jackie e Tanner foram substituídos por George. Seu reinado foi muito curto, sendo definitivamente substituído em 1958 por Leo, The Lion.
Leo, o quinto leão, quarto herdeiro do patriarca Slats, é o leão que mais dura na vinheta da MGM, inaugurando todos os filmes do estúdio desde 1957. Leo foi comprado do comerciante de animais Henry Trefflich e treinado por Ralph Helfer.
Foram feiras duas versões diferentes do logotipo: uma com o ele rugindo três vezes (usado entre 1957 e 1960), e outra com o ele rugindo duas vezes, usado desde 1960.
Então minha gente, quem nunca se arrepiou com os rugidos de Jackie, Tanner, George e Leo, aguardando ansioso o início do filme?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

GRITEMOS JUNTOS!

Uma das quatro versões da obra 'O Grito', quadro expressionista do pintor norueguês Edvard Munch, foi leiloado por US$120 milhões, ontem, em Nova York. Assim, tornou-se o recordista em leilões, superando a venda de "Nu, folhas verdes e busto", de Pablo Picasso, em 2010.
Fonte: G1

O Grito (Skrik)

Acredito que toda pessoa tenha uma música, um livro, um poema, um quadro, uma escultura, qualquer coisa que seja, que consiga lhe tocar a alma.
'O Grito' é uma das obras que exercem esse poder sobre mim.
Apesar do que muitas pessoas podem pensar, não me considero um culto apreciador e conhecedor das artes. Até gostaria... gostaria de conhecer os artistas, músicos e escritores pelos nomes, obras, estilos e trechos, mas a verdade é que estou bem longe disso.
Não sou daqueles que passa horas e horas em museus, percebendo os pormenores incutidos em cada obra exposta, mas acredito que seria capaz de passar um longo tempo em frente a esta obra do pintor expressionista, simplesmente apreciando, "sentindo" e "ouvindo" esse brado!
Surpreende-me barulho cortante de um grito sem som. O pavor existencial de uma firgura irreal.
Ou será, a figura, pura representação da realidade, exteriorizando a dor, alguma dor, que cada ser humano pode trazer dentro de si?